COMO É QUE DESPERTAS?

COMO É QUE DESPERTAS ...!!!

QUEM VOCÊ REALMENTE É !!!

QUEM VOCÊ REALMENTE É !!!

Quem é você realmente -legendado BR from Shunyata on Vimeo.

VAZIO DANÇANTE - PAPAJI









Ser é o que você é
Você é aquele Insondável
Onde toda experiência e conceitos aparecem.
Ser é o Momento em que não há o ir e vir.
Isto é o Coração, a Fonte, o Vazio.
Isto brilha de Si, por Si, em Si.
Ser é o que dá o sopro a Vida.
Você não precisa procurar por Isto, Isto está Aqui.
Você é Isto através do que você procura.
Você é Isto que você procura !
E Isto é Tudo o que é.
Somente o Ser é.
Você é Aquele que está cônscio
Da consciência dos objetos e idéias.
Você é Aquele que é ainda mais silencioso do que consciente.
Você é a Vida que precede o conceito de vida.
Sua natureza é silencio e isto não é alcançável,
Isto sempre é.
Você é o Vazio, a Suprema Essência:
Remova o Vazio do Vazio
Deixe somente o Vazio pois não há nada além disso.
Vazio está entre o “é” e o “não é”
E nada esta fora do Vazio então isto é Cheio.
Para ser Livre, você precisa da firme convicção
De que você é este Substrato, esta Paz, este Vazio.
Tudo emerge disso,
Baila em volta disso
E retorna para Isto.
Como o Oceano emerge numa onda para dançar,
Assim, você é este Vazio Dançante!”





Papaji em Ensinamentos















Presença em Si – Papaji

 

Namaskar,
Antes do começo você é pura Consciência.
Você é a totalidade do Amor no Amor e o vazio do Alerta.
Você é a Existência e a Paz além da Paz.
Você é a tela onde tudo é projetado.
Você é a Luz do Conhecimento.
Aquele que deu o conceito de criação ao criador.
Esqueça-se daquilo que puder ser esquecido e reconheça a si mesmo como aquilo que não pode ser esquecido.
Você é o substrato onde tudo se move… deixe que se mova.
Você é Agora, você é o Agora.
Que “eu” existe que possa estar fora desse Agora?
Você é a Verdade e somente a Verdade é.
Você é Inatividade.
Atividade é o seu reflexo, a sua Brincadeira, o seu mundo.
O Sol é Inatividade, os espelhos são atividades.
Você é este precioso Momento, a Presença em Si,
qualquer brisa que te toque santificará até mesmo demônios.
Você é Aquele que está Consciente da Consciência de objetos e idéias.
Você é aquele que é até mesmo mais Silencioso que o Alerta.
Você é a Vida que precede o conceito de vida.
A sua natureza é o Silêncio e não é alcançável, É desde sempre.
“Espaço” foi sua primeira noção e você tomou Sat-chit-ananda* como sua primeira forma.
O mundo é a sua mente e Tudo brota do seu Coração.
Aqui e Agora é o seu coração.
Como Amor você aceita a caverna desse Coração de onde todo tempo e espaço surgem.
Você é o Interior que não está nem dentro nem fora.
A mente não chegando a lugar algum está Dentro, nenhuma parede está Dentro.
Você é a Existência em todos os átomos, conheça isso e você será Felicidade.
Você é o Vazio, a Substância Suprema:
remover o Vazio do Vazio deixa apenas o Vazio, pois não há nada além Dele.
Tudo surge, dança ao redor e retorna a Isso.
Assim como o Oceano se torna uma onda para dançar assim você é esse Vazio dançante!
Nada está fora desse Vazio e portanto Ele é a Totalidade.
O Vazio está entre o é e o não é.
Para ser Livre você precisa da firme convicção de que você é esse Substrato, essa Paz, esse Vazio.
Você é aquilo onde todos os acontecimentos acontecem.
O que acontece, deve acontecer; assim, permaneça indiferente como Paz.
Seja Pacífico e essa Paz se espalhará.
O que surge da Paz é Paz
e o que surge da confusão é confusão.
Então Seja a Paz e dê isso ao Universo.
É tudo o que você deve fazer.
Mesmo pensar “eu sou Paz” perturba essa Paz.
Então apenas fique quieto; Seja como você é.
Você é “Sendo”, não “tendo Sido”, não “seria”, mas “Sendo”.
Você é a Atemporalidade na qual nenhuma morte pode entrar pois onde não há nenhum tempo, não há nenhuma morte.
Essa Atemporalidade é Agora e Isso é Ser.
O Ser está sempre brilhando. EU SOU é a Luz do Ser.
Esse Diamante não pode se esconder e não pode nunca ser escondido.
Quando não há mente, a face brilha de Beleza e Inocência.
Apenas simplesmente fique sossegado; apenas seja o que você é.





Sri H.W. L Poonja (Papaji)







 




Papaji responde… – Papaji

 

 
Pergunta: Quem sou eu?

Papaji: Aquilo que você imagina ser. Quando você para de criar identificações para si mesmo, você encontrará quem você realmente é.

P: Quem é Deus?

Papaji: Quando você projeta um mundo de sonhos para si mesmo e vive nele,você também projeta um Deus que olhe por ele. Quando você para sua projeção, ambos o mundo e Deus desaparecem.

P: Depois da Iluminação, nós entendemos tudo sobre a vida? Ou o propósito da vida fica no coração como um mistério e não como um enigma a ser resolvido?

Papaji: O Self será sempre um mistério porque não há nada fora dele para compreende-lo, analisa-lo ou entende-lo.

P: Qual é o significado da vida?

Papaji: Porque deve haver algum significado? Qualquer significado que você atribua para isto é justamente uma idéia em sua mente. A Vida não é afetada ou explicada por nenhuma idéia que você possa ter sobre isso.

P: Você pode por favor falar sobre como aprender a viver, simplesmente ser aqui agora. Algumas vezes estando a sua volta eu sinto você compartilhando conosco ordinárias atividades diárias. Eu penso sobre o Zen dizendo “Antes da Iluminação cortar lenha, carregar água, após a Iluminação, cortar lenha, carregar água”….

Papaji: Antes da Iluminação você pensa, “Eu preciso cortar lenha, eu preciso carregar água”. Depois de tudo a lenha é cortada, a água é carregada mas isto não tem nada a ver com você. Isto simplesmente acontece.

P: Quando nós estamos no ‘intervalo’ entre vidas, nós conscientemente escolhemos o corpo que nós queremos reencarnar, nossos pais, e essas coisas? Se é assim, como nós escolhemos?

Papaji: Isto não é uma agencia de viagem que você pode pegar um bom local para seu próximo nascimento. Seus pensamentos e desejos nessa vida impulsionarão você a uma nova forma e não necessariamente a uma muito boa. Isto está fora do seu controle. Agora mesmo você pode exercitar controle buscando de onde vem os seus pensamentos e desejos. Após sua morte será muito tarde.

P: Por que nós temos tanto medo em nossas vidas? Por que confiar em cada momento é tão difícil?

Papaji: Se você vive no ego, você automaticamente monta situações de ‘eu’ e o resto do mundo. Para defender o ego você deverá ser egoísta e você deverá temer os outros porque eles todos ameaçam o seu bem estar. Como você pode confiar em qualquer um nessa situação?

P: Muita gente acredita que há algo como um “ego saudável”. Uma pessoa com um ego saudável pode ser confiante, cônscio de suas habilidades e limitações, gostos e não gostos, tem alta auto-estima, e assim vai…Existe algo como um “ego saudável”? Isto pode levar a liberdade?

Papaji: Uma pessoa que confia em si mesma e tem alta auto-estima (o que os psicólogos chamam de ‘ego saudável’) não está mais próximo da liberdade do que qualquer outro. Esta pessoa pode sentir que está feliz e que não precisa de grandes mudanças em sua vida. A pessoa que entende que este ego está continuamente causando problemas mentais esta mais propício a buscar soluções. Não há algo como um ego saudável assim como algo não há algo como doença saudável. O ego não pode o levar a liberdade, ele só pode obstruir isso. Ego e liberdade não podem coexistir. 

Quando o ego desaparece, a liberdade substitui isso.”






Sri H.W. L Poonja (Papaji)










Papaji em Satsang








Namastê!







OM...









Lavínia  Harue














MUDANÇA GLOBAL - MOOJI







Ao longo da história dos seres humanos
Diferentes lugares, diferentes países, diferentes civilizações
Chegaram ao final de seus mundos
Foram grandes reinos no passado
E agora se encontram sob a terra
Algumas pessoas os estão encontrando
Estão em museus hoje
Então, assim foi o final de suas civilizações
Mas as vezes olhamos e dizemos:
‘meu Deus’, isto não é só no Oeste,
O Leste também está tendo problemas
O Norte está tendo seus problemas
O Oeste está tendo seus problemas
Parece ser algo Global
E vemos coisas como a mudança climática
Que vai nos afetar a todos
E não se pode dizer: ‘o gelo está derretendo na Antártida,
mas não importa, nós estamos na Índia’.
Não, porque todos vamos nos ver afetados
Todos nós estamos sendo afetados
Os seres humanos não são os únicos responsáveis por isto
O ser humano não é senão a outra forma da Consciência.
É a Consciência que está fazendo tudo isto
Atuando como humanidade
Não é a humanidade que está atuando como Consciência
Então, em última instancia, a Consciência é responsável por isto
E se move através de ondas
Com altos e com baixos
Algumas mudanças se vão produzir
E é difícil dizer quando ou como
Estão se produzindo agora mesmo
O que esperamos é que devido a esta mudança
Haverá muitos seres humanos
Cujas consciências mudarão
Que terão que ir mais profundo
E descobrir uma nova forma de vida
Uma nova maneira de pensar e de ser.
É parte do sonho humano e de sua história
Esperar uma grande mudança
Que o ser humano pode realizar por vontade própria
Mas não muda por vontade própria
Às vezes mudamos devido à calamidade, crises e dor.
E às vezes isto é o que trás mudança e crescimento.
Tudo o que podemos fazer é continuar convidando
A consciência humana a dirigir-se para este lado (dentro)
Porque ela está orientada para aquele lado (fora)
Querem objetos, querem fazer isto e aquilo,
Toda a realidade está deste lado (de fora) dos olhos
Ninguém olha para este lado (dentro)
É como se deste lado (dentro) não houvesse nada.
E de certa forma é verdade, não há nada.
Daquele lado (fora), tudo.
Então durante um tempo
A viagem e a atração para a consciência humana é ir para fora
E a verdadeira descoberta espiritual é ir para dentro
A oportunidade para nós é elevar o nivel de nossa consciência
Parece ser que a consciência atua desta forma
Mas não quero criar algum tipo de idéias românticas sobre isso.
Não espere o 2012 ou o 2014 para mudar
Tua mudança é agora.
Tu deves despertar é agora
Nossa verdadeira natureza
Não é começar na terra e terminar na terra
Algo começa na terra e termina na terra
Mas não o que eu sou
Somos apenas turistas aqui,
Simplesmente de passagem,
É uma etapa que nós, como Espíritos, devemos provar.
Esta parte nos corresponde
Provar esta história humana
E não esquecer nosso Ser.
Este é o Grande Desafio:
Provar toda esta diversidade
E despertar para ela, vendo-a como um sonho.
Mas deves experimentar isso, não crer nisso.
Deves chegar a sabê-lo de verdade
E só então você poderá começar
A experimentar e desfrutar deste mundo

Com os olhos de Deus.





Sahaja Filmes
                                                           Transcrito por: Silvana Pion








 Namastê!




OM...




Lavínia  Harue






COMO AFASTAR O SAMSARA (sofrimento, ignorância do verdadeiro EU e o ciclo de morte e renascimentos)









Como Afastar o Samsara

(Samsara é  a ignorância do verdadeiro EU, é o ciclo de morte e renascimento, o sofrimento , uma condição a ser superada.)





Excerto do Cap. III do livro Advaita Bodha Deepika, recém publicado






 

Embora sendo Pura Sabedoria Imutável por natureza, o Supremo Ser, quando associado à mente que muda conforme as qualidades operantes no momento, identifica-se com ela.
D: Como isso pode ocorrer?
M: Você vê como a água, em si, é fria e insípida. No entanto, por associação, pode ser quente, doce, amarga, azeda, etc. Da mesma forma, o Eu Real, que por natureza é Ser-Consciência-Beatitude, aparece como ego quando associado ao modo-“eu”. Assim como a água fria associada ao calor fica quente, também o Bem-aventurado Ser, unido ao modo-“eu”, torna-se o ego carregado de sofrimentos. Assim como a água, originalmente insípida, fica doce, amarga ou azeda conforme as suas associações, também o Ser de Pura Sabedoria parece imparcial, pacífico e bondoso [sattva] ou impetuoso, raivoso e ambicioso [rajas], ou ainda torpe e indolente [tamas], segundo a qualidade do modo-“isto” no momento.
A escritura diz que o Ser, associado ao prana, etc., aparece respectivamente como prana, mente, intelecto, terra e outros elementos, desejo, raiva, desapaixonamento, etc. Consequentemente, associado à mente, o Ser parece ter-se transformado na alma individual, afundado no sofrimento do infindável samsara, e sendo enganado por inúmeras ilusões, como eu, tu, isto, meu, teu, etc.
D: Agora que o samsara chegou ao Ser, como se pode afastá-lo?
M: Com a total quietude mental, o samsara desaparecerá, causa e efeito. Do contrário, não haverá fim para o samsara, mesmo em milhões de éons.
D: Não será possível livrar-se do samsara por algum outro meio além da aquietação da mente?
M: Absolutamente não; nem os Vedas, nem os shastras [comentários], nem as práticas austeras, nem o karma, nem votos, nem dons, nem o recitar de escrituras de fórmulas místicas (mantras), nem cultos, nem qualquer outra coisa pode desfazer o samsara. Somente a aquietação da mente pode atingir este fim, e nada mais.



 



D: As escrituras declaram que só a Sabedoria pode conseguir isso. Então, como o senhor diz que a tranquilidade mental põe fim ao samsara?
M: O que é descrito nas escrituras de diversas formas como Sabedoria, Libertação, etc., nada mais é do que o silenciar da mente.
D: Alguma outra pessoa já disse isto antes?
M: Sri Vasishta disse: Quando, pela prática, a mente fica imóvel, todas as ilusões do samsara desaparecem, causa e efeito. Assim como quando o oceano de leite encrespado foi batido para obter o néctar e tornou-se calmo e límpido depois que o batedor foi retirado (a saber: monte Mandara), também ocorre que, ao silenciar a mente, o samsara cai em descanso eterno.
D: Como levar a mente ao silêncio?
M: Pelo desapaixonamento e pelo abandono de tudo que nos é caro, pode-se, por esforço próprio, realizar facilmente essa tarefa. Sem essa paz mental, a Libertação é impossível. Apenas quando todo o mundo objetivo é extinto pela mente desiludida, em consequência do conhecimento que discerne que tudo que não é Brahman é objetivo e irreal, é que resultará a Suprema Beatitude. Do contrário, se não há paz mental, por mais que um homem ignorante se esforce e se arraste pelo abismo profundo dos textos espirituais (shastras), não conseguirá obter a Libertação.
Só pode ser considerada morta a mente que, pela prática do yoga, perdeu todas as suas tendências e tornou-se pura e imóvel como uma lâmpada bem protegida do vento por uma redoma. Essa morte da mente é a realização mais elevada. A conclusão final de todos os Vedas é que a Libertação nada mais é do que a mente silenciada.
Para a Libertação apenas uma mente silenciosa tem valor; riqueza, parentes, amigos, karma resultante de movimentos dos membros, peregrinação a lugares santos, banhar-se em águas sagradas, vida em regiões celestiais, práticas austeras, por mais severas que sejam, ou qualquer outra coisa – nada disso serve. Da mesma forma, muitos livros sagrados ensinam que a Libertação consiste em abandonar a mente. Em várias passagens do Yoga Vasishta a mesma ideia se repete, de que a Bem-aventurança da Libertação só pode ser alcançada pela extinção da mente, que é a causa principal do samsara e, portanto, de todo sofrimento.
Assim, matar a mente pelo conhecimento dos ensinamentos sagrados, pelo raciocínio e pela experiência pessoal é desfazer o samsara. De que outra maneira pode ser parada a miserável roda de nascimentos e mortes? E como pode a liberdade resultar disso? Nunca. A não ser que o sonhador desperte, o sonho não termina, como não acaba o pavor de estar diante de um tigre, no sonho. Igualmente, se a mente não estiver desiludida, a agonia do samsara não cessará. A única coisa é que a mente precisa ser silenciada. 

Esta é a realização da vida.







Excerto do Cap. III do livro Advaita Bodha Deepika, recém publicado











SEU GURU É SUA META - NISARGADATTA MAHARAJ








Pergunta: Você estava nos dizendo que há muitos pretensos Gurus, mas que um verdadeiro Guru é muito raro. Há muitos gnanis que se imaginam realizados, mas tudo quanto têm é conhecimento livresco e uma alta opinião de si mesmos. Algumas vezes impressionam, inclusive fascinam, atraem discípulos e os fazem perder tempo em práticas inúteis. Depois de alguns anos, quando o discípulo avalia a si mesmo, ele não encontra nenhuma mudança. Quando se queixa ao seu mestre, ele obtém a repreensão habitual de que não tentou com suficiente afinco. Lança-se a culpa na falta de fé e de amor no coração do discípulo quando, na realidade, a culpa é do Guru que não deveria aceitar discípulos nem levantar esperanças. Como proteger-nos de tais Gurus?
M: Por que se preocupar tanto com os outros? Quem quer que seja o Guru, se ele é puro de coração e atua de boa fé, não causará dano a seus discípulos. Se não há progresso, a culpa é do discípulo, de sua preguiça e falta de autocontrole. Por outro lado, se o discípulo é sério e se aplica inteligentemente e com zelo a seu sadhana, ele estará destinado a encontrar um mestre mais qualificado que o fará avançar mais. Sua pergunta flui de três falsas suposições: que deve preocupar-se com os outros; que se pode avaliar alguém e que o progresso do discípulo é tarefa e responsabilidade de seu Guru. Na realidade, o papel do Guru é apenas instruir e encorajar; o discípulo é totalmente responsável por si mesmo.
P: Fala-se que a entrega total ao Guru é suficiente, que o Guru fará o resto.
M: Certamente, quando há entrega total, completa renúncia a todo interesse pelo próprio passado, presente e futuro, pela própria segurança física e espiritual, e a própria posição, uma nova vida amanhece, plena de amor e beleza; o Guru então não é importante porque o discípulo quebrou a carapaça da autodefesa. A completa rendição por si mesma é liberação.
P: Que acontecerá quando o discípulo e seu Guru são inadequados?
M: A longo prazo tudo irá bem. Afinal de contas, o Eu real de ambos não é afetado pela comédia que eles representam durante algum tempo. Eles se tornarão sensatos, amadurecerão, e mudarão para um nível mais alto de relacionamento.
P: Ou, eles podem separar-se.
M: Sim, podem separar-se. Afinal de contas, nenhum relacionamento é para sempre. A dualidade é um estado temporário.
P: Encontrei-o por acidente e por outro acidente nos separaremos para nunca voltar a encontrar-nos? Ou meu encontro com você é parte de algum padrão cósmico, um fragmento no grande drama de nossas vidas?
M: O real é significativo e o significativo está relacionado com a realidade. Se nossa relação é significativa para você e para mim, ela não pode ser acidental. O futuro afeta o presente tanto quando o passado.
P: Como distinguir quem é um verdadeiro santo e quem não é?
M: Você não pode distinguir, a menos que tenha uma clara percepção do coração do homem. As aparências são enganosas. Para ver claramente, sua mente deve ser pura e desapegada. A menos que se conheça bem, como pode conhecer outro? E, quando você se conhece – você é o outro.
Deixe os outros em paz durante algum tempo e examine-se. Há tantas coisas que você não conhece de si mesmo – o que é, quem é, como nasceu, o que faz agora e por que, aonde vai, qual é o significado e o propósito de sua vida, de sua morte, de seu futuro? Você tem um passado; tem um futuro? Como você chegou a viver na inquietude e na aflição, enquanto todo seu ser se esforça por felicidade e paz? Estes são assuntos importantes e devem ser cuidados em primeiro lugar. Você não necessita nem tem o tempo de averiguar quem é um gnani e quem não é.
P: Devo selecionar meu Guru corretamente.
M: Seja o homem certo e, seguramente, o Guru certo o encontrará.
P: Você não está respondendo à minha pergunta. Como encontrar o Guru certo?
M: Mas eu respondi sua pergunta. Não busque um Guru, nem mesmo pense em um. Faça de sua meta o seu Guru. Depois de tudo, o Guru é apenas um meio para um fim, não o próprio fim. Ele não é importante, o importante para você é o que espera dele. Agora, o que você espera?
P: Que sua graça me faça feliz, poderoso e pacífico.
M: Que ambições! Como pode uma pessoa limitada no tempo e no espaço, um mero corpo-mente, um suspiro de dor entre o nascimento e a morte, ser feliz? As próprias condições de seu surgimento tornam impossível a felicidade. A paz, o poder e a felicidade nunca são estados pessoais; ninguém pode dizer ‘minha paz’, ‘meu poder’, porque ‘meu’ implica exclusividade, a qual é frágil e insegura.
P: Só conheço minha existência condicionada; não há nada mais.
M: Certamente, você não pode dizer isto. No sono profundo você não está condicionado. Quão disposto e desejoso está para ir dormir, quão pacífico, livre e feliz você é quando dorme!
P: Não sei nada disso.
M: Coloque isso em termos negativos. Quando você dorme, não tem dor, não está limitado e não está inquieto.
P: Compreendo seu ponto de vista. Enquanto desperto, eu sei que eu sou, mas não sou feliz; no sono eu sou, sou feliz, mas não sei disso. Tudo o que necessito é saber que sou livre e feliz.
M: Assim é. Agora, vá para dentro, para um estado que pode se comparar com o dormir desperto, no qual você é consciente de si mesmo, mas não do mundo. Nesse estado você saberá, sem o menor traço de dúvida, que, na raiz de seu ser, você é livre e feliz. O único problema é que você está viciado na experiência e acalenta suas recordações. Na realidade, é ao contrário; o que é recordado nunca é real, o real é agora.
P: Compreendo intelectualmente tudo isto, mas não se torna parte de mim mesmo. Permanece como uma imagem para ser vista em minha mente. Não é tarefa do Guru dar vida à imagem?
M: De novo, é ao contrário. A imagem está viva; é a mente que está morta. Do mesmo modo que a mente é feita de palavras e imagens, assim é toda a reflexão na mente. A mente encobre a realidade com a verbalização e depois se queixa. Você disse que é necessário um Guru para fazer milagres com você. Só está jogando com palavras. O Guru e o discípulo são uma só coisa, como a vela e a chama. A menos que o discípulo seja sério, não pode ser chamado de discípulo. A menos que um Guru seja todo amor e doação, não pode ser chamado de Guru. Apenas a Realidade engendra realidade, não o falso.
P: Posso ver que sou falso. Quem me fará verdadeiro?
M: As próprias palavras que você disse o farão. A frase: ‘Posso ver que sou falso’ contém tudo o que você necessita para libertar-se. Estude-a, aprofunde-se nela, chegue à sua raiz; isto funcionará. O poder está na palavra, não na pessoa.
P: Não o compreendo totalmente. Por um lado você diz que é necessário um Guru; por outro, que o Guru só pode aconselhar mas o esforço é meu. Por favor, diga-o claramente: alguém pode compreender o Eu sem um Guru, ou o encontro de um verdadeiro Guru é essencial?
M: Mais essencial é o encontro de um verdadeiro discípulo. Acredite em mim, um verdadeiro discípulo é muito raro, pois, de imediato, ele vai além da necessidade de um Guru, ao encontrar seu próprio eu. Não gaste seu tempo tentando entender se o conselho que recebeu fluiu apenas do conhecimento ou de uma experiência válida. Siga-o fielmente. A vida trará a você outro Guru, se outro Guru for necessário. Ou o privará de toda orientação exterior, deixando-o com sua própria luz interior. É muito importante compreender que o que importa é o ensinamento, não a pessoa do Guru. Você recebe uma carta que o faz rir ou chorar; não é o carteiro que fez isso. O Guru só lhe dá as boas novas sobre o Eu real e lhe mostra o caminho de volta para ele. De certo modo o Guru é o mensageiro do Eu. Haverá muitos mensageiros, mas a mensagem é uma só: seja o que você é. Ou pode expressar isto de forma diferente: até que compreenda a si mesmo, você não poderá saber quem é seu verdadeiro Guru. Quando você compreender, descobrirá que todos os Gurus que você teve contribuíram para seu despertar. Sua realização é a prova de que seu Guru era real. Portanto, aceite o Guru como ele é, faça o que ele lhe fala, com seriedade e zelo, e confie em que seu coração o avisará se algo vai mal. Se a dúvida vem, não lute contra ela. Agarre-se ao que é certo e deixe o duvidoso em paz.
P: Eu tenho um Guru e o amo muito. Mas não sei se ele é meu verdadeiro Guru.
M: Observe-se. Se você se vê mudando, crescendo, significa que achou o homem certo. Pode ser que ele seja bonito ou feio, agradável ou desagradável, brando ou insultuoso; nada importa exceto o fato crucial do crescimento interior. Se você não cresceu, bem, pode ser que ele seja seu amigo, mas não seu Guru.
P: Quando eu me encontro com um europeu de certa educação e lhe falo sobre o Guru e seus ensinamentos, sua reação é: ‘Esse homem deve estar louco para ensinar tal disparate’. O que devo falar a ele?
M: Leve-o a si mesmo. Mostre-lhe o pouco que conhece de si mesmo, de que maneira toma as mais absurdas informações sobre si mesmo como verdades santas. Disseram a ele que era o corpo, que nasceu, que morrerá, que tem pais, deveres, que aprendesse a gostar do que os outros gostam e a temer o que os outros temem. Sendo totalmente uma criatura da hereditariedade e da sociedade, vive de recordações e atua mediante hábitos. Ignorante de si mesmo e de seus verdadeiros interesses, persegue falsas metas e sempre fica frustrado. Sua vida e sua morte são dolorosas e sem sentido, e não parece haver saída. Então lhe diga que há uma saída fácil para ele, não a conversão a outro conjunto de ideias, mas a liberação de todas as ideias e padrões de vida. Não fale de Gurus e discípulos – esta forma de pensar não é para ele. O seu caminho é um caminho interior, ele é movido por um impulso interior e guiado por uma luz interior. Convide-o a rebelar-se, e ele responderá. Não trate de inculcar nele que fulano de tal é um homem realizado e pode ser aceito como Guru. Enquanto ele não confiar em si mesmo, não pode confiar em outro. E a confiança virá com a experiência.
P: Que estranho! Não posso imaginar a vida sem um Guru.
M: É uma questão de temperamento. Você também tem razão. Para você, cantar os louvores de Deus é suficiente. Não necessita desejar a realização, nem assumir um sadhana. O nome de Deus é todo o alimento que necessita. Viva nele.
P: Esta constante repetição de umas poucas palavras não é um tipo de loucura?
M: É uma loucura, mas uma loucura deliberada. Toda repetição é tamas, mas repetir o nome de Deus é sattva-tamas devido a seu elevado propósito. Devido à presença de sattva, tamas será desgastado, e tomará a forma de uma completa liberdade da paixão, desapego, abandono, distanciamento, imutabilidade. Tamas se converte no firme fundamento sobre o qual se pode viver uma vida integrada.
P: O imutável – morre?
M: O que morre é o que muda. O imutável nem vive nem morre; ele é a testemunha atemporal da vida e da morte. Você não pode dizer que ele está morto, pois é consciente. Nem se pode dizer que ele está vivo, porque não muda. É simplesmente como seu gravador. Grava, reproduz – tudo por si mesmo. Você só escuta. Similarmente, eu observo tudo que acontece, incluindo minha conversa com você. Não sou eu quem fala, as palavras aparecem em minha mente e então as ouço quando ditas.
P: Não é o caso de todos?
M: Quem disse que não? Mas você insiste que pensa e fala, enquanto para mim há pensamento, há palavra.
P: Há dois casos a considerar. Ou eu encontrei um Guru, ou não. Em cada caso, o que é correto fazer?
M: Você nunca está sem um Guru, porque ele está atemporalmente presente em seu coração. Algumas vezes ele se exterioriza e chega a você como um fator edificante que reforma sua vida, uma mãe, uma esposa, um mestre; ou ele permanece como um impulso interior para a retidão e para a perfeição. Tudo o que você deve fazer é obedecer-lhe, e fazer o que ele lhe diz. O que ele quer que você faça é simples; aprenda a autoconsciência, o autocontrole, a autorrendição. Pode parecer árduo, mas é fácil se você é sério. E impossível se você não é. A seriedade é necessária e suficiente. Tudo se rende à seriedade.
P: O que faz alguém sério?
M: A compaixão é a base da seriedade. Compaixão por si mesmo e pelos outros, nascida do sofrimento próprio e do sofrimento dos outros.
P: Devo sofrer para ser sério?
M: Não é necessário se você é sensível e responde à aflição dos outros, como fez Buda. Mas se você for insensível e impiedoso, seu próprio sofrimento o fará questionar-se inevitavelmente.
P: Encontro-me sofrendo, mas não o bastante. A vida é desagradável, mas tolerável. Meus pequenos prazeres compensam minhas pequenas dores e, no conjunto, estou melhor que a maioria das pessoas que conheço. Sei que minha condição é precária, que uma calamidade pode alcançar-me a qualquer momento. Devo esperar que uma crise me coloque no caminho da verdade?
M: No momento em que viu quão frágil é sua condição, você já está alerta. Agora, mantenha-se atento, preste atenção, pergunte, investigue, descubra seus erros mentais e corporais e abandone-os.
P: De onde vem a energia? Sou como um homem paralisado em uma casa em chamas.
M: Mesmo as pessoas paralisadas às vezes correm em momento de perigo! Mas você não está paralisado, somente imagina assim. Dê o primeiro passo e estará no caminho.
P: Sinto que meu apego ao corpo é tão forte que não posso abandonar a ideia de que sou o corpo. Ela estará aderida a mim enquanto o corpo durar. Há pessoas que afirmam que nenhuma realização é possível enquanto se vive, e estou inclinado a concordar com elas.
M: Antes que você concorde ou discorde, porque não investiga a própria ideia de corpo?  A mente aparece no corpo ou o corpo na mente? Sem dúvida, deve haver uma mente que conceba a ideia ‘Eu sou o corpo’. Um corpo sem uma mente não pode ser ‘meu corpo’. ‘Meu corpo’ está invariavelmente ausente quando a mente está em suspensão. Também está ausente quando a mente está profundamente ocupada em pensamentos e sentimentos. Uma vez que compreenda que o corpo depende da mente, e a mente da consciência, e a consciência da Consciência e não ao contrário, sua pergunta a respeito da espera da autorrealização até o momento da morte está respondida. Não é que primeiro deva se libertar da ideia ‘Eu sou o corpo’ e então realizar o eu. Definitivamente, é o contrário – você se agarra ao falso porque não conhece o verdadeiro. A seriedade, não a perfeição, é a precondição para a autorrealização. As virtudes e o poder vêm com a realização, não antes.




Fonte:  De: “Eu Sou Aquilo” – Conversações com Sri Nisargadatta Maharaj
Fonte: Editora Advaita 








Namastê!



OM...



Lavínia  Harue


MEDITAÇÃO - A VIAGEM INTERNA - REALIDADE ESPIRITUAL

MEDITAÇÃO - A VIAGEM INTERNA - REALIDADE ESPIRITUAL

O SILÊNCIO DE SER ....









POR UM MOMENTO, DEIXA TUDO E MERGULHA EM TI PRÓPRIO....











QUEM É VOCÊ REALMENTE... !!!









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